O REI DO GADO: Sobrinho da Prefeita de Quissamã usa influência da Prefeitura, invade propriedade, ameaça proprietário de morte e negocia terras e gado com dinheiro vivo
Numa tarde fria de Setembro de 2019, um conflituoso acordo judicial envolvendo a reintegração de posse de uma vasta extensão de terras chegava ao fim. Em um Escritório de Advocacia no Centro de Quissamã, um rapaz acompanhado de seu Advogado e portando um volumoso pacote contendo milhares de reais em espécie, encerrava em definitivo uma batalha judicial envolvendo terras e gado.
A fazenda em questão é uma grande propriedade rural denominada “Sítio Vista Alegre”, medindo 4 alqueires geométricos (equivalente a 170.000 m²) e fica localizada nas margens da Estrada da Machadinha. O imbróglio envolvendo a posse das terras foi parar na Justiça.
Documentos de uma Ação Judicial de Reintegração de Posse, a qual a Página Jornal Quissamã teve acesso com exclusividade, demonstram que a então proprietária da fazenda, uma idosa de 88 anos, alegou que Ítalo Pacheco das Chagas, sobrinho e afilhado da Prefeita Fátima Pacheco, tentou lhe aplicar um golpe, através de um negócio jurídico ilegal e fraudulento, e valendo-se até de Advogados da Prefeitura de Quissamã para isso.
Nas petições que fazem parte do Processo, Ítalo Pacheco é acusado de se apropriar da fazenda e coagir a idosa proprietária das terras, para que a mesma assinasse um desvantajoso contrato de arrendamento por um valor irrisório. Para tal, teria inclusive se valido abertamente da influência de sua Tia, enquanto Prefeita, para usar até mesmo Advogados da Prefeitura de Quissamã como instrumento de pressão. De acordo com os autos, Ítalo esbravejava que sua Tia materna era a Prefeita e que não precisava pagar advogado para nada, e chegou até ao ponto de ameaçar de morte um dos filhos da proprietária, conforme informado no Boletim de Ocorrência nº 130-00063/2019 registrado na 130ª Delegacia de Polícia, em 19/01/2019.
Quem defendeu Ítalo Pacheco na Ação Judicial foi Diego Vogas, a época nomeado pela Prefeita Fátima Pacheco como Assessor Especial de Governo, Símbolo CC-1, Doutor do alto escalão, lotado no próprio Gabinete da Prefeita.
Usar de enorme influência política para tentar firmar um contrato fraudulento com uma idosa, se apropriar de terras que não lhe pertenciam, usar como advogados Assessores de alto escalão da Prefeita de Quissamã e até mesmo ameaçar de morte o filho da dona das terras já seriam, por si só, situações graves e chocantes. Mas talvez o fato mais impressionante dessa história toda foi a forma como Ítalo Pacheco realizou o pagamento para estabelecer um acordo judicial com a finalidade de encerrar o processo, indenizar a proprietária e tomar posse do rebanho.
Ítalo pagou em dinheiro vivo, um valor na casa de centenas de milhares de reais, conforme a foto impressionante que ilustra essa matéria, registrada por um dos presentes na reunião.
A pergunta que a sociedade quissamaense precisa fazer nesse momento é: Por que o Sobrinho e Afilhado da Prefeita de Quissamã, em um Processo em que foi defendido por um Assessor Especial da Prefeitura, pagou um Acordo Judicial de milhares de reais com dinheiro vivo?
Porque seria muito mais lógico, natural e seguro, um pagamento desse montante ser feito através de cheque ou TED bancário. Qual a origem do dinheiro constante nos volumosos maços transportado por Ítalo Pacheco?
Talvez Ítalo mantenha um velho hábito dos antigos fazendeiros: de guardar dinheiro por anos a fio embaixo do colchão.
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*Processo nº 0000925-69.2019.8.19.0084, Vara Única da Comarca de Quissamã-RJ.